MULHERES REFLECTEM SOBRE O EXERCÍCIO DE SEUS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS EM NAMPULA

No âmbito do programa Aliadas, a OPHENTA realizou na última Quinta-feira (15), na cidade de Nampula, Posto Administrativo de Namicopo, Unidade Comunal Josina Machel a actividade “A Volta da Fogueira”, que contou com a participação de 17 mulheres daquele Posto Administrativo.
Na ocasião, as mulheres reflectiram sobre o exercício dos seus Direitos Sexuais e Reprodutivos, tendo a maior parte delas afirmado que devido a algumas normas sociais e práticas locais nocivas aos direitos humanos das mulheres, alguns homens violam tais direitos, a ponto de reeprenderem e agredirem física e psicologicamente suas parceiras.
Na mesma senda algumas participantes partilharam que quando jovens foram forçadas pelos pais a unirem-se maritalmente com homens mais velhos para melhorar as condições de vida da família.
“Quando eu era jovem, meus Pais me forçaram a casar com um senhor muito mais velho, sem meu consentimento e ele é quem decidia tudo sobre mim, sobre meu corpo, a minha maneira de vestir e me obrigou a ter filho. Me lembro que dormi fora de casa muitas noites porque meus pais não me aceitavam de volta a casa e queriam que eu continuasse a viver com um homem que eu nunca amei”
Disse uma das participantes, de 46 anos de Idade cuja identificação preferimos proteger.
Uma outra participante durante a sua intervenção reiterou a necessidade de a OPHENTA continuar a divulgar informações sobre os Direitos Sexuais e Reprodutivos, principalmente nas zonas rurais.
“Eu gostaria que se falasse desses direitos nos outros distritos, tenho muitas amigas em Angoche que não sabem que elas têm o direito de decidir sobre seus corpos. Outras, os maridos lhes obrigam a ter relações e muitos filhos e quando elas vão colocar implante os maridos lhes agridem e elas calam porque não conhecem seus direitos. Se podermos ir lá e lhes ensinar como vocês estão a fazer connosco, vais ser muito bom”.
Importa realçar que os Direitos Sexuais e Reprodutivos são um Direitos Humanos inalienáveis e intransmissíveis que as mulheres, raparigas e crianças têm. É delas o direito de controlar seus corpos e sexualidade. Decidir livremente a respeito da sua saùde e sexualidade, sem nenhuma coerção, descriminação e violência.