Homens e rapazes refletem sobre norma social

No no âmbito da campanha “CHEGA” liderada pela Oxfam, no dia 20 de Dezembro a OPHENTA organizou um encontro com homens e rapazes na cidade de Nampula para a reflexão sobre a norma social ” mulheres e raparigas não têm direito e autonomia sobre seus corpos” e masculinidades. Norma que se manifesta através de preconceitos que propiciam violência sexual contra raparigas e mulheres. A metodologia usada no encontro baseou-se em preconceitos masculinos e adágios populares direccionados as mulheres, no sentido de problematiza-los e gerar reflexões. Os participantes tinham consigo frases que eram solicitados a ler e se posicionarem diante delas, concordando ou discordando. Uma das frases patentes era: “mulher que sai de noite com roupa curta está pedindo para ser violada”. Sobre este e outros assuntos as visões eram antagónicas, uns concordando e outros discordando. As discussões mostraram a normatização da violência, do abuso sexual, do controle sobre o corpo e sexualidade da mulher pelo homem, em suma, da dominação masculina que se manifesta explicita e/ou simbolicamente. Alguns dos elementos que expressavam isto era o facto dos rapazes concordarem que a mulher que anda de roupa curta abre margem para a violação por atiçar o tido como incontrolável desejo masculino. Outros assumiram ainda que a namorada tem que dar explicações de onde andam, vão, com quem. Os facilitadores do evento, também homens, questionavam estas posições, mostrando seus limites e o quão é uma forma de ser e estar, não só nociva para as mulheres, mas também, para os homens. Esta actividades foi reveladora do quão é fundamental o trabalho com homens para o alcance de mudanças substantivas e alcance de um mundo em que homens e mulheres caibam, livres da violência, promovendo a justiça social, a igualdade de género em todas as esferas.